A frieza dos números é incapaz de refletir e explicar o encanto causado pelo futebol de Dener em todos os apaixonados pelo esporte no começo da década de 1990. Se vivo estivesse, o menino nascido na Vila Ede, Zona Norte de São Paulo, completaria 50 anos e essas linhas certamente contariam uma história mais feliz. O acidente do dia 19 de abril, no Rio de Janeiro, comoveu o Brasil.
Franzino, rápido e driblador de muita técnica, Dener não era um meia construtor de jogadas. Ora com a 8, ora com a 10, facilitava a vida dos centroavantes dos times por que passava. Quando tinha espaço, o arranque até a área adversária era quase sempre fatal, com gol ou passe para um companheiro. Até por isso, a carreira não é recheada de números importantes. Foram 30 em competições oficiais entre setembro de 1989, quando estreou pela Portuguesa, e abril de 1994, quando faleceu.
Copinha impecável
Com poucas aparições no time principal e rebaixamentos por indisciplina ao time de juniores em 1989 e 1990, Dener encheu os olhos do torcedor, de fato, na disputa da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 1991. Ele era o melhor jogador da Portuguesa comandada por Écio Pasca que venceu todas as nove partidas do torneio. O Grêmio de Danrlei, Grotto, Jamir e Mabília foi superado por 4 a 0 na decisão.
Credenciado pela campanha no torneio e tendo a companhia do amigo Tico e do centroavante Sinval, artilheiro do torneio de juniores, Dener passou a ter mais espaços no time principal, sendo o grande destaque da equipe nas próximas três temporadas, chegando à Seleção Brasileira e chamando atenção de times de outros estados.
Em 1993 disputou e foi campeão do Campeonato Gaúcho com a camisa do Grêmio e em 1994 foi contratado pelo Vasco da Gama. No cruzmaltino conquistou a Taça Guanabara, mas sofreu o acidente fatal antes do término do Campeonato Carioca, vencido pelo time de São Januário pela terceira vez seguida. Aos 23 anos, Dener estava negociado com o Sttutgart da Alemanha.
Confira números de Dener no Paulistão:
86 jogos
15 gols marcados (0,17 de média)
27 vitórias (31,3%)
36 empates (41,8%)
23 derrotas (26,7%)
Por ano
1991: 2
1992: 5
1993: 8
Times em que mais marcou
3 gols
Guarani
2 gols
Santo André e São Paulo
1 gol
Inter de Limeira, Juventus, Marilia, Mogi Mirim, Palmeiras, Rio Branco, Santos e União São João
Goleiros que mais sofreram gols*:
3 gols
Narciso (Guarani)
2 gols
Josenildo (Santo André) e Zetti (São Paulo)
1 gol
César (Palmeiras), Denilton (Marília), Gerson (Inter de Limeira), Gomes (Santos), Luis Henrique (União São João), Mauri (Mogi Mirim), Ruy Scarpino (Rio Branco)
Estádio em que mais marcou gols:
11 gols
Canindé
1 gol
Bento de Abreu Sampaio Vidal, Brinco de Ouro da Princesa, Bruno José Daniel, Papa João Paulo II
*Não há registro do goleiro do Juventus na partida do dia 7 de outubro de 1992.
